quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Turista carioca - parte 2

Para falar sobre onde percebi que somos melhores, não vou listar. Somos melhores em muitas coisas mas uma me pareceu fundamental. E é dela que vou falar.

Nós, cariocas (acredito que brasileiros, pelo menos considerando os lugares que conheço) somos infinitamente mais educados, humanos, simpáticos e solidários.

Tá espantado né? Pois não se espante. Não sei se é porque o contato humano entre eles está escasso, se estão lidando muito com robôs e tecnologias, ou se são os invernos frios demais. Os italianos e os franceses são muito mal educados no trato com pessoas, grosseiros e antipáticos.

É claro que existem exceções, e até bastante. Mas na grande maioria, são péssimos.

No metrô de Paris, não levantam para dar o lugar, não importa quantos anos, criança, grávida... nada! Nas lojas e lanchonetes da Itália  nem um sorriso ou palavras educadas, só rostos fechados e palavras curtas e grossas, não importa o quanto esteja gastando com eles.

Para exemplificar, a minha volta para o Brasil: após uma grosseira atendente da Alitalia ter feito meu check in, me dirigi para a fila do passaporte. Fila? Não! Era uma muvuca de dezenas de pessoas aglomeradas, se empurrando num calor terrível. Mulheres com crianças de colo chorando, idosos, todos amontoados. Os atrasados estavam desesperados pois perdia-se no mínimo 20 minutos ali. Eu com meu filho de 1 ano fomos no meio. Empurra daqui, empurra dali... Suados e após mais ou menos 30 minutos passamos.

Pois bem, chegada no Rio de Janeiro... Como amo minha cidade! Exausta da viagem, fui para o controle de passaporte. E, antes mesmo de entrar na fila, uma pessoa que trabalhava no local orientou a mim e outras pessoas que fôssemos para a fila de PREFERENCIAL. E aqueles que não eram preferencial, estavam em outra fila. Nada de muvuca. E todos que ali trabalhavam, sorrindo.

No dia seguinte, no mercado, esbarrei numa mulher. Ela, sorrindo, se desculpou. E eu que havia esbarrado! Já em Paris, no metrô, uma mulher puxando um carrinho de compras esbarrou sem perceber num homem sentado. O homem a xingou de tantos nomes que aprendi mais de 10 palavrões diferentes em francês! A coitada mudou de vagão.

E hoje, pra finalizar, andando de bicicleta passei por cima de um buraco e minha bolsa se espatifou no chão. Voou chave, protetor solar, carteira, óculos, tudo! E a bolsa ficou estraçalhada no asfalto com um furo gigante embaixo. Eu xinguei o buraco, o asfalto e minha falta de atenção. E antes que pudesse ficar mais nervosa uma vendedora da loja da esquina de onde aconteceu o meu incidente, saiu com uma sacola para colocar minhas coisas e me ajudou. Obrigada!

Enfim, esses foram poucos exemplos, para não ter que falar de tudo. Mas a impressão que tive foi essa: igual ao nosso povo, a nossa gente, não há! Adoro viajar, conhecer, explorar... mas chegar aqui foi tão bom. E te juro que, mesmo com toda a antipatia, eu estava sempre sorrindo, tentando ser simpática, fazendo graça. Sou brasileira, sou carioca. Esse é meu jeito e amo ser assim!

Como é bom voltar pra casa!

Já dizia Tom Jobim: "Minha alma canta Vejo o Rio de Janeiro Estou morrendo de saudades Rio, seu mar Praia sem fim Rio você foi feito pra mim Cristo Redentor Braços abertos sobre a Guanabara Este Samba é só porque Rio eu gosto de você A morena vai sambar Seu corpo todo balançar Aperte o cinto, vamos chegar Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão...."


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